A CTG vem acompanhando a movimentação em torno da possível privatização de estatais – como Eletrobrás e Cemig -, bem como a programação de leilões de concessões de geração já próximas do vencimento.
A empresa avalia investir em projetos greenfield, apostando nos planos do governo federal de retomar a implantação de novos projetos hidrelétricos, com foco especial na região Norte.
O vice-presidente de Geração e Comercialização da companhia, Evandro Vasconcelos, lembra que, além dessas oportunidades, a implantação do PLD horário, em caráter comercial, a partir de 2021 pode justificar outros tipos de investimento.
O executivo aponta como exemplo a motorização adicional de usinas antigas, caso de Rosana (SP-372 MW) e Taquaruçu (SP-554 MW), ambas no rio Paranapanema, que possuem espaços para receber uma nova turbina cada. Outra alternativa de interesse é a implantação de usinas reversíveis, segmento em que a CTG tem experiência na China.
“A EPE já sinalizou que em 2024 podemos enfrentar problemas de falta de potência para atendimento da ponta do sistema, mas ainda não há sinal econômico para estimular os empreendedores. O preço horário pode contribuir para viabilizar iniciativas”, explica.
Antecipação
Enquanto acompanha o mercado, a CTG conduz a modernização de Ilha Solteira (SP/MS – 3.444 MW) e Jupiá (SP/MS – 1.551 MW), no rio Paraná, bem como das usinas do rio Paranapanema, estas últimas compradas da Duke Energy, em 2016.
Vasconcelos revela que a empresa resolveu antecipar, até meados de 2021 – a reposição dos transformadores elevadores de 18 turbinas de Ilha Solteira. Dois já foram trocados quando da reforma total de duas das 20 máquinas e os demais seriam substituídos, ao longo de oito anos, junto com a reforma das demais unidades geradoras.
“Chegamos à conclusão de que, devido ao mal estado dos transformadores, seria mais prudente acelerar a troca. Decisão que se mostrou bastante acertada porque um deles sofreu uma explosão, felizmente sem maiores consequências”, lembra, referindo-se a um incidente ocorrido em outubro do ano passado. A WEG, segundo ele, fornecedora dos transformadores, aceitou o desafio de adiantar o cronograma de entrega das novas unidades .
Vasconcelos dá destaque ao novo centro de operação, em fase de implantação, e que está programado para entrar em funcionamento em 2021. São necessárias reformas civis nas instalações atuais da casa de comando de Ilha Solteira.
Em paralelo, segue o desenvolvimento do projeto tecnológico, que envolve trabalho a quatro mãos executado parte na China e parte no Brasil. O executivo dá destaque ao dimensionamento do centro, que está planejado para supervisionar e controlar uma capacidade instalada três vezes superior à atual, hoje na casa de 8,2 GW. “Temos aqui um projeto de inovação bastante arrojado, que vai agregar uma série de algorítmicos, mas cuja finalidade principal será aumentar a disponibilidade das máquinas e reduzir drasticamente o índice de falhas”, conclui.
Escrito por: Antonio Carlos Sil
Fonte: Energia Hoje
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