O restante, um pouco mais de US$ 1 trilhão, será direcionado para o fornecimento de combustíveis fósseis não regulamentados, dos quais aproximadamente 15% se destinarão ao carvão, e o restante ao petróleo e gás.
O relatório, chamado Atlas Setorial, analisou os riscos de inadimplência de empresas em 18 setores da economia em 70 países e mostra que os investimentos em energia limpa foram impulsionados por diversos fatores, incluindo melhores condições econômicas em um momento de preços elevados e volatilidade nos preços dos combustíveis fósseis.
Economistas envolvidos no estudo avaliaram as forças e fraquezas do setor de energia, classificando-o com risco médio para as empresas:
Forças:
- Aumento dos investimentos em energia limpa.
- Melhora na situação econômica em meio a preços elevados e voláteis dos combustíveis fósseis.
- Maior apoio político por meio de diversos instrumentos.
- Forte alinhamento com metas climáticas e de segurança energética.
- Foco na estratégia industrial à medida que os países buscam fortalecer sua soberania.
Fraquezas:
- Desigualdades geográficas nos investimentos.
- Infraestrutura de rede elétrica frágil em muitas economias, incluindo os EUA.
- Incertezas sobre a demanda de longo prazo por combustíveis fósseis.
- Altos custos iniciais necessários para investimentos em energia limpa.
- Requisitos significativos de financiamento.
- Vulnerabilidade a riscos geopolíticos.
O relatório identifica os principais pontos de atenção do setor, incluindo o aumento das taxas de juros, regulamentações ambientais favoráveis às energias renováveis e arriscadas para o setor de petróleo e gás, políticas públicas de infraestrutura e desenvolvimentos geopolíticos, como os conflitos na Ucrânia, as relações China-EUA e eventos no Oriente Médio.
“No que diz respeito ao petróleo e gás, a demanda global por petróleo está projetada para atingir mais de 100 milhões de barris por dia (mb/d) até 2024, comparado a 91,2 mb/d em 2020, impulsionada pelo aumento do consumo nas economias em desenvolvimento, especialmente na Ásia”, afirma Felipe Tanus, diretor de Crédito da Allianz Trade no Brasil.
O estudo também observa que, devido à volatilidade dos preços do petróleo, tensões geopolíticas e à contínua transição energética, a perspectiva para o setor global de petróleo e gás permanece incerta. “O setor continua sendo lucrativo, com a indústria global de petróleo e gás faturando cerca de US$ 4 trilhões em 2022. Sendo assim, a lucratividade das empresas do setor depende fortemente dos preços do petróleo”, comenta Tanus.