A concorrência, todos sabemos, é a base onde se desenrolam as grandes disputas e mesmo batalhas comerciais dos sistemas econômicos de livre mercado.
Desde o automóvel que adquirimos, até à margarina que passamos no pão, os consumidores somos movidos pela ARTE DA PROPAGANDA, que já existia em Atenas, desde 2000 AC.
Na produção e comercialização da energia elétrica isso não seria diferente, existindo uma forte, mas surda concorrência entre as várias fontes de energia e as empresas que as produzem, uma para tomar mercado das outras.
Uma destas fontes não tem publicidade alguma: a hidrelétrica. Ninguém vê na televisão ou na internet nenhum anúncio deste tipo de energia, que na verdade sustenta mais de 80% de todo o consumo no Brasil. Ou melhor, apenas vemos publicidade NEGATIVA. Paga, naturalmente, por empresas de fontes concorrentes pelo mesmo mercado.
Uma hora são enchentes, outra hora são desmoronamento de barragens de mineração, que nada tem a ver com hidrelétricas, outra hora são conflitos com posseiros, indígenas e população marginalizada. A verdade é uma só: quanto menos hidrelétricas existirem, menos capacidade de armazenar água doce da chuva haverá. E mais dependentes de combustíveis fósseis estaremos.
Logo deles, que são caros, importados e altamente poluentes.
Neste primeiro número de nossa Revista Técnica, nós tomamos um lado: o lado das energias renováveis, principalmente das hidrelétricas, sem medo de sermos “crucificados”.
De forma bastante simples e direta a ENERCONS pretende apresentar uma outra visão sobre essas que são chamadas injustamente de grandes “vilãs ambientais”, visando assim enriquecer o debate que normalmente é tão pouco técnico, tão cheio de sensacionalismo e principalmente de interesses comerciais.
De forma rápida, com textos curtos e muitas imagens reais, vamos levar nossos leitores a um sobrevoo agradável e ao mesmo tempo intrigante, sobre um conjunto de benefícios que fica continuamente oculto da opinião pública, por que as hidrelétricas não colocam anúncios na mídia, mas só energia nos bilhões de residências, fábricas, escolas, hospitais, bancos, lojas comerciais, trens, metros, em todo o mundo.