As maiores empresas de energia do Brasil se reuniram esta semana para destacar ao ministro Silveira como o governo pode desbloquear as oportunidades significativas para aumentar a capacidade das usinas hidrelétricas existentes por meio da modernização no país.
O evento e a subsequente carta aberta foram organizados em parceria com a International Hydropower Association, Engie Brasil, SPIC Brasil e GE Renewable Energy. A IHA acolheu publicamente o foco do Ministro Silveira na modernização da frota de geração do Brasil e recomendou que ele tomasse as três medidas a seguir:
Incorpore o Padrão de Sustentabilidade Hidrelétrica aos sistemas de regulamentação, financiamento e aprovação corporativa.
Promover a preparação de projetos para licitações de concessão.
Melhorar a regulamentação para remunerar adequadamente as usinas hidrelétricas e reservatórios por seus serviços auxiliares, como flexibilidade, despacho e armazenamento.
A carta também enfatizou a necessidade de modernização com o Plano Nacional de Energia 2050 do Brasil, apontando para a oportunidade significativa de aumentar a capacidade das usinas existentes por meio da modernização. Com um aumento estimado de 5% a 20% na capacidade instalada em 51 usinas antigas, representando 50 GW, os benefícios seriam significativos: até 11 GW de energia adicional.
O CEO da IHA, Eddie Rich, comentou: “O Brasil tem uma enorme vantagem em sua transição para energia limpa. Dos mais de 70 GW de capacidade hidrelétrica na América do Sul, a maior parte está localizada no Brasil e está em operação há mais de 30 anos. Isso representa uma oportunidade de ouro para modernização das unidades, bem como negócios adicionais envolvendo novas plantas de médio porte. Estamos prontos para ajudar a desenvolver um sistema de energia elétrica sustentável, moderno e acessível”,
“O Brasil já possui uma das matrizes elétricas mais limpas do mundo graças às suas hidrelétricas. É importante continuar investindo no desenvolvimento dessa modalidade para garantir a segurança do sistema em paralelo com o crescimento de outras fontes renováveis como eólica e solar”, acredita Gil Maranhão, Diretor de Comunicação e Responsabilidade Corporativa da ENGIE e conselheiro da IHA membro.
Para Adriana Waltrick, CEO da SPIC Brasil, é fundamental dar continuidade às discussões regulatórias sobre a repotenciação de usinas hidrelétricas. “Nosso objetivo é discutir e propor normas que permitam, sempre que possível, a instalação de mais turbinas nas usinas existentes. É o caso da Usina Hidrelétrica São Simão, que este ano completa 45 anos e passa por um amplo retrofit de digitalização e modernização. Quanto mais digitalizarmos as usinas hidrelétricas, se a regulamentação permitir, mais poderemos trabalhar com maior produção de energia e ver o caminho a seguir para uma maior expansão. Temos atuado fortemente para mostrar os ganhos com esses investimentos no Brasil.”
Para Cláudio Trejger, CEO da Divisão Hydro da GE Renewable Energy na América Latina, o cenário é bastante promissor para que a geração hidrelétrica assuma um perfil ainda mais relevante no setor elétrico nacional. “Vemos grandes oportunidades para a construção renovada de novas usinas hidrelétricas no Brasil, uma vez que trazem energia mais flexível e sustentável para toda a rede nacional. Além disso, estão disponíveis tecnologias avançadas para investir nas hidrelétricas existentes e reduzir custos e otimizar as operações para a geração de energia mais confiável, competitiva e limpa no país”.