Até 2050, a repotenciação de usinas hidrelétricas deve ocorrer em todos os empreendimentos do mundo, segundo EPE
A repotenciação de usinas hidrelétricas é uma realidade mundial. Dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) mostram que até 2050 todas as atuais hidrelétricas do mundo deverão passar por esse processo. No Brasil, os últimos estudos da EPE, realizados em 2019, indicavam que, de uma capacidade instalada de 107,8 GW, cerca de 49,9 GW eram de potência passível de repotenciação, distribuídas em 51 usinas hidrelétricas do país. E, com o terceiro maior parque hidráulico do mundo (dados de 2018), o tema da repotenciação é um assunto que interessa a todo o setor elétrico.
Mas o que é o processo?
De acordo com o Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel), da UFRJ, a repotenciação e modernização (R&M) é um conjunto de intervenções nos equipamentos hidrogeradores, de automação e de controle, capazes de incorporar técnicas e concepções avançadas de projetos de engenharia que resultem em ganhos de eficiência, energia, capacidade instalada e potência. Para os especialistas, o processo traz benefícios não só para as próprias usinas hidrelétricas, mas também para o Sistema Interligado Nacional (SIN).
Repotenciação das usinas hidrelétricas é eficiente e barata
A repotenciação das usinas hidrelétricas foca na melhoria da capacidade produtiva dos equipamentos, cuja estrutura operativa está centrada nas turbinas e nos geradores, ou seja: equipamentos motrizes responsáveis pela geração de energia e que representam o maior custo de investimento de capital do orçamento de um empreendimento.
No que se refere às turbinas, destacam-se os desgastes de cavitação, corrosão, erosão, trincas e fatigação, que afetam a performance dos equipamentos nos diversos pontos operativos, ocasionando a redução da produtividade e aumentando o tempo de indisponibilidade de geração das usinas.