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Construção da China é capaz de alterar a rotação da Terra: maior usina hidrelétrica do planeta, com 16 milhões de metros cúbicos de concreto e aço que supera as Torres Eiffel

Usina Três Gargantas: a maior hidrelétrica do mundo é na China

A grandiosa Usina Três Gargantas, potência chinesa, com sua estrutura colossal, ilumina 60 milhões de vidas e preserva o ambiente, substituindo 30 milhões de toneladas de carvão anualmente!

China, terra de grandiosidade e inovação, abriga a majestosa Usina de Três Gargantas, aninhada às margens do imponente Rio Yang-Tsé, emerge como uma proeza arquitetônica e um marco na engenharia. Não apenas é a maior hidrelétrica do planeta, mas também desempenha papéis cruciais no controle de enchentes e na facilitação do transporte hidroviário. Além disso, sua quantidade de água retida reduz a capacidade da rotação da Terra em 0,06 microssegundos! Usina se tornou a espinha dorsal da energia renovável e do desenvolvimento chinês.

A história da Usina de Três Gargantas remonta a 1919, quando Sun Yat-sen, visionário chinês, concebeu a ideia. Antes mesmo de sua concepção, em 1932, o governo nacionalista sob Chiang Kai-shek esboçava planos, mas a turbulência da Segunda Guerra Mundial e a Guerra Civil Chinesa adiaram o projeto. No entanto, somente em 1992, durante o governo de Mao Tsé-Tung, as escavações começaram. Porém, esses esforços foram interrompidos em 1947. Em 1996, finalmente, o projeto tomou forma sob a liderança de Wu Chuanlin, desencadeando um processo complexo que viria a moldar o futuro da China.

As primeiras afirmações de que a estrutura poderia causar o deslocamento da Terra surgiram em uma publicação da NASA em 2005. Nesse post, a agência discutiu como o devastador terremoto e tsunami no Oceano Índico, em 2004, influenciaram a rotação do planeta.

Cientistas apontaram que a alteração na distribuição de massa na Terra pode afetar (mesmo que minimamente) o momento de inércia do planeta, um conceito físico que define o quão difícil é girar um objeto em torno de um eixo específico.

De maneira semelhante, a rotação terrestre pode ser modificada após um terremoto, devido ao movimento das placas tectônicas. A NASA demonstrou que foi exatamente isso o que ocorreu em 2004, após o terremoto no Oceano Índico. A movimentação causada pelo sismo redistribuiu a massa do planeta, encurtando a duração de um dia em 2,68 microssegundos.

Em teoria, uma grande alteração na quantidade de água também poderia provocar algo semelhante. Por isso, especula-se que a imensa barragem chinesa poderia, em tese, influenciar o movimento da Terra.

Segundo os cálculos desses especialistas, essa redistribuição de massa aumentaria o comprimento de um dia em 0,06 microssegundos e deslocaria o planeta em cerca de 2 centímetros. Apesar de parecer pouco, trata-se de um impacto considerável para uma estrutura artificial. As informações são do IFLScience.

Com 19 anos de árduo trabalho, a conclusão da Usina de Três Gargantas em 2012 deixou uma marca inesquecível. Custando US$28 bilhões, envolvendo 40.000 trabalhadores, e utilizando 16 milhões de metros cúbicos de concreto e aço, essa megaestrutura desafia as expectativas. Seu reservatório de 600 km, posiciona como a estrutura de concreto mais massiva da Terra, superando até mesmo a grandiosidade das torres Eiffel.

A Usina de Três Gargantas não é apenas uma façanha de engenharia; é a força motriz por trás da mudança na matriz energética chinesa. Seus 34 geradores, cada um pesando 6.000 toneladas, geram uma capacidade impressionante de 22.500 MW. Isso não apenas atende às necessidades de 60 milhões de chineses, mas também substitui a queima de 30 milhões de toneladas de carvão anualmente, destacando-se como um farol de sustentabilidade em um mundo ávido por soluções renováveis.

Enquanto a Usina de Três Gargantas recebe elogios pela sua grandiosidade, não escapa das críticas de movimentos ambientalistas. Alegações de aumento da atividade sísmica, riscos estruturais e impactos na vida aquática são temas controversos. No entanto, a equipe de engenharia responde com medidas preventivas. Supervisão intensiva, auditorias e a presença constante de 293 supervisores no canteiro de obras garantem não apenas a segurança, mas também a sustentabilidade ambiental do projeto.

China não apenas construiu uma usina; ergueu um ícone que ressoa em sua história, presente e futuro!

A construção da Usina de Três Gargantas transcendeu o domínio da engenharia; tornou-se um símbolo de perseverança e orgulho chinês. Trabalhadores, muitos dos quais se realocaram e alguns até sacrificaram suas vidas, contribuíram para a grandiosidade desta obra.

O diretor do projeto, Cao Guangjing, destaca a complexidade do controle de qualidade e a presença constante de supervisores como testemunho do comprometimento com a excelência. A China não apenas construiu uma usina; ergueu um ícone que ressoa em sua história, presente e futuro.

Comentário do Engenheiro e CEO da ENERCONS Ivo Pungnaloni

Para o CEO da ENERCONS, engenheiro eletricista Ivo Pugnaloni, a carga no sistema elétrico que essa nova unidade industrial vai acrescentar não poderá ser sustentada por geração solar, altamente influenciada por dias nublados, chuvosos e pelo inexorável horário depois das 16 horas, quando o sol vai se pondo. “Só fontes hidrelétricas ou termelétricas podem suprir cargas como essa, pois são permanentes. Resta saber se o Ministério de Minas e Energia vai preferir gerar energia elétrica com água nacional, ou com derivados de petróleo importados, caríssimos e poluentes” comentou.

Pugnaloni lamentou estar ainda paralisada nas assessorias do MME , há três anos, a precificação das externalidades ( benefícios e prejuízos adicionais ao meio ambiente) de cada fonte. “Talvez seja a ação dos poderosos “lobbies” aos quais se referiu o próprio ministro Silveira na sua excelente entrevista à CNN, semana passada”, disse o executivo que foi diretor de planejamento da COPEL , concessionária do Paraná.

“Não há como negar que as assessorias do MME estarão fazendo o governo incorrer em grave risco de judicialização caso o Leilão de Reserva de Capacidade não venha a atender ao artigo 26, parágrafo 1-G que determina que todos os benefícios ambientais e de garantia de fornecimento sejam considerados, nos certames como esse, que envolvem centenas de bilhões de reais em energia elétrica, disse ele.

“Vejam leitores o que diz a Lei 9784/99 Art. 26 § 1º-G. “O Poder Executivo federal definirá diretrizes para a implementação, no setor elétrico, de mecanismos para a consideração dos benefícios ambientais, em consonância com mecanismos para a garantia da segurança do suprimento e da competitividade, no prazo de 12 (doze) meses, contado a partir da data de publicação deste parágrafo. Se isso não aconteceu, o MME corre o risco de um mandado de segurança interromper todo esse processo de compra enorme, pois a data de publicação deste parágrafo foi 01.03.21. E quem aviusa, geralmente, amigo é”, adendou.

“O atual governo brasileiro precisa entender, de uma vez por todas, que não basta geração solar e eólica para fazer a transição energética, pois elas são fontes intermitentes. Param de uma hora para a outra de produzir. Essas duas fontes são muito boas, mas tem esse grave defeito. Sem novas hidrelétricas para completar a geração faltante da solar e eólica a cada momento, a nossa matriz vai ter que usar cada vez mais termelétricas que já são, graças às manobras desses lobbies, mais de 37% da capacidade instalada do Brasil”, concluiu preocupado Ivo Pugnaloni.

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