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DOE financia nova barragem hidrelétrica e fonte de água no Alasca

O projeto, localizado na Baía de Chignik, no Alasca, inclui planos para construir uma nova usina hidrelétrica a fio d’água e substituir uma barragem de madeira com mais de 70 anos que corre risco de falha.

O Escritório de Demonstrações de Energia Limpa (OCED) do Departamento de Energia dos EUA concedeu ao Projeto de Represa Hidrelétrica e Fonte de Água de Chignik, liderado pelo distrito de Lake and Peninsula, quase US$ 65.000 (do total do custo federal compartilhado de até US$ 7,27 milhões) para iniciar as atividades da Fase 1. 

O projeto, localizado em Chignik Bay, Alasca, inclui planos para construir uma nova usina hidrelétrica de fio d’água e substituir uma barragem de madeira de mais de 70 anos que corre risco de falha. Ele visa melhorar a segurança energética e hídrica, já que a barragem atual vaza com frequência, também colocando em risco a única fonte estável de água limpa da comunidade. A instalação proposta de 2,1 MWh visa substituir 100% do consumo de diesel da microrrede e fornecer energia excedente para aquecimento, carregamento de veículos elétricos e expansão de atividades econômicas locais, como turismo e processamento de peixes.

O Conselho Tribal da Baía de Chignik será o proprietário da instalação e planeja vender energia para concessionárias locais por 80% do custo evitado de combustível, reduzindo as tarifas totais de eletricidade em cerca de 7%.

Durante a Fase 1, o Lake and Peninsula Borough conduzirá atividades de planejamento, desenvolvimento e design, incluindo a obtenção de servidões, fornecendo informações para a revisão do National Environmental Policy Act da OCED e iniciando o engajamento da comunidade e do trabalho.

No início deste ano, o projeto foi incluído no financiamento do DOE de mais de US$ 366 milhões para 17 projetos em 20 estados e 30 nações tribais e comunidades para acelerar a implantação de energia limpa em áreas rurais e remotas em todo o país. Dos 17 projetos escolhidos, quatro eram hidrelétricos. O projeto Chignik recebeu uma parcela de custo federal de US$ 7.270.000 como parte do financiamento anterior.

Comentario do Engenheiro e CEO da ENERCONS Ivo Pugnaloni

A carga no sistema elétrico que essa nova unidade industrial vai acrescentar não poderá ser sustentada por geração solar, altamente influenciada por dias nublados, chuvosos e pelo inexorável horário depois das 16 horas, quando o sol vai se pondo. “Só fontes hidrelétricas ou termelétricas podem suprir cargas como essa, pois são permanentes. Resta saber se o Ministério de Minas e Energia vai preferir gerar energia elétrica com água nacional, ou com derivados de petróleo importados, caríssimos e poluentes” comentou.

Pugnaloni lamentou estar ainda paralisada nas assessorias do MME , há três anos, a precificação das externalidades ( benefícios e prejuízos adicionais ao meio ambiente) de cada fonte. “Talvez seja a ação dos poderosos “lobbies” aos quais se referiu o próprio ministro Silveira na sua excelente entrevista à CNN, semana passada”, disse o executivo que foi diretor de planejamento da COPEL , concessionária do Paraná.

“Não há como negar que as assessorias do MME estarão fazendo o governo incorrer em grave risco de judicialização caso o Leilão de Reserva de Capacidade não venha a atender ao artigo 26, parágrafo 1-G que determina que todos os benefícios ambientais e de garantia de fornecimento sejam considerados, nos certames como esse, que envolvem centenas de bilhões de reais em energia elétrica, disse ele.

“Vejam leitores o que diz a Lei 9784/99 Art. 26 § 1º-G. “O Poder Executivo federal definirá diretrizes para a implementação, no setor elétrico, de mecanismos para a consideração dos benefícios ambientais, em consonância com mecanismos para a garantia da segurança do suprimento e da competitividade, no prazo de 12 (doze) meses, contado a partir da data de publicação deste parágrafo. Se isso não aconteceu, o MME corre o risco de um mandado de segurança interromper todo esse processo de compra enorme, pois a data de publicação deste parágrafo foi 01.03.21. E quem aviusa, geralmente, amigo é”, adendou.

“O atual governo brasileiro precisa entender, de uma vez por todas, que não basta geração solar e eólica para fazer a transição energética, pois elas são fontes intermitentes. Param de uma hora para a outra de produzir. Essas duas fontes são muito boas, mas tem esse grave defeito. Sem novas hidrelétricas para completar a geração faltante da solar e eólica a cada momento, a nossa matriz vai ter que usar cada vez mais termelétricas que já são, graças às manobras desses lobbies, mais de 37% da capacidade instalada do Brasil”, concluiu preocupado Ivo Pugnaloni.

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