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Transmissão pode receber R$ 186 bi até 2032, indica EPE

Valores foram revelados no Caderno do PDE 2032 que trata desse assunto, e não considera ainda os quase R$ 40 bi em potencial investimento pelo final da vida útil regulatória de equipamentos em operação

Os investimentos em transmissão de energia no PDE 2032 poderão variar entre R$ 64,7 bilhões a até R$ 185,9 bilhões, considerando os três cenários analisados no estudo. O volume intermediário, nomeado de Referência, somaria R$ 158,3 bilhões. De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética, que publicou o caderno de transmissão do PDE 2032, a diferença entre os cenários consiste nas instalações ainda sem outorga que somam valores de aportes de R$ 121,9 bilhões. E ainda, esse montante não contempla os investimentos potenciais associados aos ativos em final de vida útil.

“O cenário de referência considera cerca de 77% das obras sem outorga representadas no cenário otimista. Cabe destacar que esse cenário foi estabelecido a partir de análises elétricas que poderão ser atualizadas durante o ano de 2023”, aponta a EPE.

A EPE lembra que o conjunto de obras recomendadas pelos estudos já publicados somam aproximadamente R$ 50 bilhões de investimentos necessários, envolvendo cerca de 15 mil km de novas linhas de transmissão (expansão de aproximadamente 8% da extensão total de linhas de transmissão previstas para dez/2022) e 16 novas subestações. Essas obras deverão entrar em operação no período 2028 e 2029, a depender da programação de leilões de transmissão para os próximos anos.

Esses ativos planejados estão em linha com a estimativa apontada pela EPE de que haja uma expansão de 34 GW com pareceres de acesso até 2025 entre as fontes eólica e solar. Esse volume é representado por 19 GW em operação, 6 GW contratados em leilões e há mais 9 GW com parecer de acesso e CUST assinado no mercado livre. E para o pós 2025 estão os maiores montantes de expansão das fontes de geração que devem liderar a geração na década. Os números são de até 38 GW em nova capacidade em 2033 que alcançam 72 GW em capacidade instalada no Cenário Superior. No Cenário de Referência os volumes são menores, estão em 23 GW de expansão somando mais 57 GW em potência instalada ao final do horizonte do estudo.

A EPE indica no caderno que o LCOE médio (taxa de desconto de 8%) de usinas eólicas ou solares, mais presentes no Norte/Nordeste, acrescidos dos custos nivelados da expansão da transmissão (de cerca de R$ 15/MWh) ainda se apresentam competitivos quando comparados com os LCOE médios de usinas a biomassa, termelétricas a gás natural ou PCH, mais comuns no Sudeste/Centro-Oeste.

E argumenta que os investimentos necessários para a expansão do sistema propiciarão um fornecimento de energia elétrica mais competitiva ao SIN, ao proporcionar o acesso de novos empreendimentos de geração de energia, de baixo custo, à rede elétrica.

Sobre as interligações, a previsão do primeiro linhão que poderá ser em corrente contínua é para o segundo semestre de 2023, saindo de uma região entre o centro do Rio Grande do Norte a até o sul do Ceará. Sua chegada engloba uma área mais ampla que vai desde o norte de Santa Catarina até o centro sul de Minas Gerais, incluindo quase o estado de São Paulo todo. Já para um segundo bipolo a perspectiva de capacidade de exportação de energia do Nordeste aumentará 173%, para 30 mil MW quando comparado aos atuais 11 mil MW de janeiro de 2022. Somando a capacidade do Norte para o Sul do país essa exportação dos dois submercados para onde está a carga no país chegará até 34 mil MW.

Os ativos em final de vida útil podem somar aportes de R$ R$ 37,6 bilhões nos próximos 10 anos e mais R$ 18,3 bilhões no horizonte a partir de 2033 e estão relacionados ao final da vida útil regulatória dos equipamentos. “Um desafio a ser enfrentado pelo planejamento da transmissão consiste no envelhecimento do sistema de transmissão brasileiro, realidade que tende a se tornar mais crítica nos próximos anos. Há que assegurar a substituição racional da infraestrutura do sistema elétrico em fim de vida útil de modo que a malha de transmissão possa operar com os níveis de confiabilidade e qualidade
exigidos pela sociedade”, finaliza o planejador.

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