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Índice de produção de PCHs supera o das UHEs mais eficientes

Levantamento da EPE constata que PCHs chegam a ter mais que o dobro da produção por área inundada que as grandes UHEs mais produtivas.

Os estudos da EPE referentes a PCHs e CGHs, publicados esta semana no Caderno de Tecnologias de Geração, mostram que mais de um quarto das PCHs cadastradas nos quatro últimos leilões de energia nova (desde 2018) possuem um índice de produção, representado pela relação entre a capacidade instalada e a área do reservatório (MW/km2), superior a 25 MW/km2.

De acordo com o trabalho, o índice de produção das usinas pequenas “em muitos casos é superior a diversas UHEs consideradas de alto índice [de produção]”. O texto dá como exemplos as UHEs Itaipu, cujo índice é de 10,4 MW/km2, Teles Pires (13,5 MW/km2), Foz do Areia (10,9 MW/km2) e Ferreira Gomes (14,2 MW/km2). Ainda segundo o estudo, os projetos de PCH/CGH cadastrados nos leilões a partir de 2017 possuem áreas inundadas por seus reservatórios inferiores a 15 km2.

As informações referentes aos índices de produção são apenas uma pequena parte do levantamento histórico que o trabalho apresenta sobre as tecnologias de geração das hidrelétricas e das demais fontes. Em relação às turbinas utilizadas nas PCHs/CGHs, o estudo constata que a maioria usa os tipos Francis ou Kaplan.

O trabalho constata que as turbinas desses projetos estudados apresentam rendimento nominal entre 90% e 94%, sendo que nas turbinas Francis horizontais simples há uma concentração em 92%, chegando a 93% nos projetos mais recentes.

Nas turbinas tipo Francis Dupla, o estudo constata que há também um aparente aumento do rendimento nos projetos mais novos, com a ressalva de que a amostra é muito pequena. Já para as turbinas Kaplan, a constatação foi de rendimentos entre 92% e 93%, sem evidência de variação em relação ao ano de cadastramento.

Entre os tipos de barragens, predominam entre as PCHs as de terra/enrocamento e as de concreto convencional/terra, com altura máxima de 55 metros e comprimento da crista de até 1.500 metros. Já nas CGHs, as barragens são predominantemente de concreto convencional, com altura máxima inferior a 20 metros e comprimento da crista abaixo de 200 metros.

Entre as PCHs, o fator de capacidade, representado pela relação entre a garantia física e a potência instalada, fica, em média, próximo a 55%, dentro dos limites preconizados pelas Diretrizes para Estudos e Projetos de PCHs e próximo à maioria das hidrelétricas do SIN. Mas entre as CGHs há casos em que o fator de capacidade passa de 90%.

O estudo constatou ainda que entre as CGHs, muitas têm capacidade instalada no limite para dispensa de autorização da Aneel (5 MW), o que pode significar uma intencional motorização abaixo das possibilidades das afluências. Exceções seriam os casos de usinas no limite de CGHs por aproveitarem uma vazão remanescente ou um trecho de vazão reduzida constante, proveniente de outra usina.

Segundo o caderno da EPE, o potencial de PCHs brasileiro é atualmente de 14 GW, ressalvando que “possivelmente, nem todo esse potencial terá viabilidade técnica, econômica e ambiental para ser implementado”.

Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina são os estados com maior potencial, sendo que na região Sul as pequenas hidrelétricas apresentam a característica de registrarem as maiores vazões médias entre maio e novembro, o que significa uma complementariedade em relação às demais hidrelétricas do SIN.

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