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O setor de PCHs e CGHs para a próxima década

Pensar no futuro só é possível para setores que investem em seu presente, com um trabalho
sólido e bem desenvolvido. Assim é hoje no Brasil o mercado de PCHs e CGHs, um setor que vem
se organizando firmemente desde 2013 e colhe frutos desse avanço em suas ações institucionais
e técnicas.
Para o atual presidente do conselho da ABRAPCH-Associação Brasileira de PCHs e CGHs, Paulo Arbex, apesar
de ter “começado tarde o seu processo de organização (nossa associação completa 8 anos
em 2021), estamos avançando rapidamente”. Arbex, que está em seu terceiro mandato como
principal executivo da ABRAPCH, aponta o quanto o setor amadureceu e como está se consolidando
cada dia mais no mercado gerador de energia do país. Para ele “estamos realizando hoje um
trabalho produtivo e com excelentes resultados no mercado. Um dos pontos principais dessa
ação setorial organizada dos pequenos geradores hidráulicos é que estamos conseguindo reverter
gradualmente regras que tiraram artificialmente a competitividade do nosso setor”.
Segundo ele “avançamos muito, em especial na aprovação da retirada gradual do desconto do
fio para as CGHs e PCHs, na aprovação de uma contratação mínima de 2.000MW nos próximos
leilões A-5 e A-6 (pendente de aprovação no Senado) e na racionalização dos processos de
licenciamento ambiental.” Arbex entende que foram conquistas fundamentais,
que asseguram a revitalização e o crescimento do setor nos próximos anos, mas que é preciso seguir
com o trabalho, para reduzir a carga tributária 38% maior da cadeia produtiva do setor, as exigências
ambientais desproporcionais que oneram os custos das usinas em mais 30% (comparativamente a
outras fontes) e o uso dos reservatórios do MRE para atender necessidades de concorrentes, sem a
devida remuneração e ainda submetendo as PCHs e CGHs à penalidade do GSF.
Paulo Arbex enxerga “um futuro brilhante para o setor nos próximos 10 anos, mas que para isto é
preciso dar continuidade aos trabalhos e ampliar os investimentos institucionais”.
Apesar das metas a conquistar, Paulo Arbex é
otimista ao apontar que o Brasil está percebendo que cometeu um erro estratégico nas últimas duas
décadas, quando desviou seu foco da geração hidráulica. Segundo ele, para os próximos 10 anos
o setor de geração hidráulica deve crescer muito além do crescimento da economia, já que o mundo
passa por um processo acelerado de eletrificação das suas matrizes energéticas. “A energia elétrica
representa apenas 21% do consumo energético brasileiro. Uma substituição de 20% do consumo de
combustíveis fósseis por eletricidade, aumentaria o consumo de energia elétrica em mais de 50%. A substituição está começando a acontecer, por exemplo, com o carro elétrico, e as perspectivas
para o futuro são excelentes”

Arbex reflete que as pessoas estão percebendo que não adianta usar carro elétrico, se a
eletricidade for gerada com a queima de gás ou outros combustíveis fósseis. Em sua opinião,
não há dúvida de que a geração hidráulica de energia é a mais limpa, mais eficiente,
a única renovável despachável e por isto fundamental para atender as necessidades dos
consumidores. “A água é um bem precioso – o Brasil detém 12% da água doce do planeta – e é
fundamental otimizarmos o seu uso ao máximo, especialmente em processos que não agridem
os rios, como é o caso da geração de energia por hidrelétricas e que não consomem uma
gota d’água sequer, apenas utilizam a força da passagem da água por suas turbinas, para
gerar energia”
Ele ressalta que “cada litro d’água que passa pelos rios, desagua no mar, aonde se
transformam em água salgada, imprópria para uso humano. Estocar parte desta água para
gerar energia, irrigar uma lavoura ou abastecer uma cidade, é uma das grandes conquistas da
humanidade. E tudo isto sem nenhuma perda, nenhum gasto, nenhuma agressão irreversível
ao meio ambiente”, defende Arbex.
O presidente da ABRAPCH conclui que para os próximos 10 anos o setor de energia hidráulica
deve se consolidar e crescer no Brasil e no mundo. Em sua opinião “o Brasil deve ser um
dos únicos países do mundo que hoje subsidia fortemente os combustíveis fósseis – segundo
INESC em 2019 foram 98, 4 bilhões de renúncia fiscal – e taxas fontes renováveis, em especial
as pequenas hidrelétricas. Não tenho a menor dúvida que isso deve mudar nos próximos
anos

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